Conto: O Homem da Neve

Tinha uma casa, um rangido da janela, um lugar, uma garota deitada solitária em sua cama grande demais para ela, mas que mesmo assim ainda não cabia todas as suas lembranças. Coisas, tinha um monte de coisas comuns.

Mesmo a garota sabendo de sua pluralidade, naquele momento ela se sentia tão singular em seu quarto escuro e estranhamente frio. Eu apenas continuava a observar pela janela, enquanto a garota que agora tremia levemente observava a porta oposta a janela.

‘’Quem é? O que faz? Por que está assim? ‘’Ainda não sabia, me aproximei e toquei em seu ombro, ela não se assustou, não demonstrou reconhecer o toque.

– O que quer?- Sua voz saia entediada com uma sombra de tristeza.

– Quero saber quem é você. Por que está assim? – Disse olhando para seus cabelos ondulados.

– Hum, quem é você?

– Eu não sei.

Ela se mexeu lentamente, se sentando em sua cama. Ela olhava em meus olhos, seu rosto não era inexpressivo como eu esperava. Ela me olhava impetuosamente, penetrante com um leve, porém existente reconhecimento. Eu quebrei o silêncio.

– Que marcas são essas? – Disse apontando para o braço.

– Lembranças, tenho muitas.

– Deve doer.

– Algumas, mas outras me fizeram o que eu sou. Essa por exemplo. – Disse apontando para uma lembrança ainda vermelha e aberta que ficava um pouco abaixo do pulso. – Ela ainda dói, mas apenas porque a abro sempre que não posso falar.

– Deve ser triste.

–- É, mas o que você faz?

– Isso. – Disse achando idiota a pergunta.

– Invade quartos?

– Escuto as pessoas.

Ela sorriu, e assim se tornava tornava outra pessoa, ficava bonita, leve. Mas esse efeito de beleza era ilusório.

– É bem legal de sua parte. Ah, respondendo sua segunda pergunta, eu estou assim porque tudo me colocou aqui.

– Você é uma pessoa incomum.

– Na verdade, eu sou bem comum.

Notei que com essa frase nossa conversa tinha acabado, ela voltou para sua posição inicial observando diretamente para a porta. Talvez esperando uma velha amiga minha, não sei, ou apenas esperando o tempo passar.

Quando estava novamente andando numa rua comum e fria fiquei com a primeira opção. ‘’Minha velha amiga a beijará’’. Abaixei a cabeça e continuei a andar.

Não demorou muito para alguma outra coisa chamar minha atenção. No frio, fico tão reflexivo. Desta vez era um garoto que chorava, rangendo os dentes numa mistura de raiva, ódio e algo mais que eu não identificava. Ele jogava roupas, livros e outros objetos pela janela. Ele não me notou, pois não hesitou em nenhum momento.

Aproximei-me, olhando sem piscar para a janela de seu apartamento. Ele parou na janela segurando um colar. Olhou-o com carinho, tentou jogá-lo, mas por fim o pôs no bolso, nessa hora ele me viu.

– Ei, o que você está fazendo ai parado?

– Nada – respondi, sem saber o que ele quis dizer.

– Vai embora, não está vendo que não faz sentido ficar parado na neve vendo alguém se matar?

Eu não compreendi, mas mesmo assim permaneci no mesmo lugar.

– Se matar? Mas por quê? – Ele parou, seu corpo ficou tenso, mas logo ele voltou a si.

– Não vale a pena, quando seus sonhos morrem você vai junto.

– Por que não procura outros sonhos?

– E há? É muito egoísmo querer tudo, não é?

– Sim. – Ele não estava falando comigo, mas mesmo assim respondi. Ele saiu da janela, deixando-me sem poder vê-lo.

Ele apareceu no portão da frente.

– Desistiu?

– Por que o faria?

– Conte-me sua história…

– Por que você me ouviria?

– Eu estou aqui para isso, não é?

– Não sei se consigo.

Eu esperei enquanto ele olhava para seus tênis sujos. Ele tinha essa aparência comum, olhos inexpressivos, corpo curvado, magro.

– Quantos anos você tem?

– 18 anos… – Não me olhava diretamente – Você vai me ouvir?

– Sim.

– Minha namorada… – Colocou a mão no rosto como se quisesse se esconder. – Morreu.

– Continue.

– É somente isso. – Eu coloquei as mãos no bolso virei.

– Ninguém morre por uma dor. Desculpe, mas não posso lhe ajudar.

– Me diga quem você é. – O garoto pôs a mão em meu ombro.

– Desculpa, mas eu não sei.

Eu voltei a andar na neve – ‘’Talvez um dia eu saiba’’.


Só queria fazer uma nota que essa história foi escrita por mim e também foi postada aqui.

 

Frederic – Uma banda desconhecida até para quem conhece

Eu sou aquele tipo de pessoa que escuta de tudo, mas ao mesmo tempo escuto sempre a mesma coisa. O que não é segredo para ninguém é meu gosto por música japonesa e coreana. Porém é bem comum a gente sempre ouvir falar das mesmas bandas, até mesmo para o público que curte esse tipo de música. Então eu trouxe uma banda relativamente recente que poucas pessoas conhecem.

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Foi difícil de conseguir até mesmo informações sobre a banda. Sem mais demoras, quero falar sobre Frederic, que se intitula uma banda Indie.

Essa banda foi formada pelos irmãos gêmeos Kenji Mihara e Koji Mihara, que inicialmente não chamaram muita atenção no cenário musical japonês. Apenas em 2014 que foi abraçada por uma produtora e lançou seu single “Addloop”.

Discografia

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「うちゅうにむちゅう」

Lançado em  março de 2014

1.パパマーチ
2.SPAM生活
3.秘密のお花畑
4.bunca bunca
5.アウトサイドの海
6.ほねのふね

 

 

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「oddloop」

De setembro de 2014

1.オドループ
2.ディスコプール
3.幸せっていう怪物
4.砂利道
5.もう帰る汽船
6.うわさのケムリの女の子
7.人魚のはなし

 

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「OWARASE NIGHT」

De maio  de 2015

1.オワラセナイト
2.DNAです
3.シャンデレラ
4.どうにもこうにも
5.セーターを脱がさないで
6.愛の迷惑
7.さよならカーテン

 

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「OTOTUNE」

Último álbum até o momento, lançado em novembro 2015.

1. FUTURE ICE CREAM
2. FOR YOU UFO
3. ハローグッバイ
4. トウメイニンゲン
5. USO
6. トライアングルサマー
7. 真っ赤なCAR
8. ひっくりかえす

Minha opinião 

Eu adorei, realmente achei diferente. Às vezes é muito bom dar oportunidade para coisas desconhecidas, e em relação a essa eu saí satisfeita.

Como muitas vezes é difícil falar sobre música sem ouvir, recomendo que ouça e tirem suas conclusões, com o vídeo abaixo. É minha musica favorita deles.